Tipos de industrialização
Os três principais tipos de industrialização são: clássica, tardia e planificada.
Publicado por: Rodolfo F. Alves Pena em Geografia Econômica
A industrialização das sociedades proporciona profundas alterações no espaço geográfico. Graças a ela, novos elementos passam a fazer parte da vida das pessoas, das cidades e do campo, eleva-se a demanda por energia e o consumo médio da população, além de intensificar ou acelerar o processo de urbanização. Desse modo, é notória a inferência de que as indústrias constituem um dos mais importantes atores de produção e transformação do espaço.
Ao longo do tempo, a humanidade conheceu três processos distintos de modelos industriais pelos quais os diferentes países e localidade vivenciaram. Essas tipificações estão relacionadas a fatores econômicos e políticos relacionados ao desenvolvimento das nações pelo mundo. Os principais tipos, no que se refere ao modelo, são: industrialização clássica, planificada e tardia.
A industrialização clássica é característica dos países desenvolvidos, ocorrendo ao longo da I Revolução Industrial naqueles que eram considerados os principais centros econômicos e políticos do planeta.
A industrialização clássica ocorreu nos países desenvolvidos, acontecendo primeiramente na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, e estendendo-se ao longo do século XIX em outros países também considerados desenvolvidos.
Seu início se deu na Inglaterra e se disseminou por outras partes do mundo, como a França, os Estados Unidos e o Japão.
De início, essa industrialização provocou uma série de problemas urbanos, principalmente aqueles relacionados à marginalidade da classe trabalhadora que, até então, não dispunha de muitos direitos trabalhistas. Nesses países, durante esse processo, passaram por profundas mudanças em seus respectivos espaços geográficos, que se transformaram conforme a economia e outros setores da sociedade também se modificaram.Atualmente, os países que passaram por esse tipo de industrialização são os principais precursores de novas tecnologias e inovações no campo produtivo.
Os países que passaram pela revolução clássica foram sempre pioneiros no que se refere à elaboração de novas tecnologias. Caracterizam-se por serem grandes importadores de matérias-primas, utilizadas em seu processo industrial, e por serem grandes exportadores de produtos industrializados e, principalmente, de alta tecnologia.
A maior parte das empresas multinacionais da atualidade é proveniente dos países de industrialização clássica.
A industrialização planificada ocorreu nos países do antigo “segundo mundo” socialista durante o século XX, e praticamente não existe mais. Corresponde às economias de estado, como nas repúblicas que integraram a União Soviética, estendeu-se por todos os países que adotaram o modelo socialista soviético, além de China, Cuba e outras nações.
Nesses países – que em algumas perspectivas não são consideradas socialistas, mas “capitalistas de Estado” - as instituições financeiras e industriais, bem como os meios e instrumentos nelas utilizados são de propriedade estatal, não havendo propriedade privada.
Ao contrário das demais formas de industrialização, todas as fábricas, indústrias e propriedades eram estatais. Nesse caso, não era o mercado quem regulamentava a economia, mas o Estado. Era ele quem determinava os salários, os preços dos produtos e as transformações econômicas e sociais.
Nesses países, a industrialização também se deu de forma acentuada, interligando as diferentes regiões em uma elevada interdependência de serviços e infraestrutura, além de apresentar um êxodo rural um pouco mais controlado em função das reformas sociais aplicadas no meio agrário.
Com a queda do Muro de Berlim e o declínio do mundo socialista pautado no modelo soviético ao final do século XX, esse tipo de industrialização ruiu, as propriedades estatais foram, em sua maioria, privatizadas para empresas estrangeiras ou fechadas, o índice de desemprego aumentou e a economia desses países sofreu graves crises.
Já a industrialização tardia ou periférica encontra-se em curso em muitos países e é predominante em economias subdesenvolvidas ou emergentes, incluindo o Brasil. Iniciou-se a partir de meados do século XX, primeiramente na América Latina, na década de 1950, e, posteriormente, em 1960, para o extremo oriente, o sudeste da Ásia e para o Sul da África. Ainda hoje existem países que passam por esse processo de industrialização, (alguns deles ainda nem iniciaram esse processo de forma mais intensificada), o que justifica, em partes, o atraso tecnológico por eles vivenciados.
Esse tipo de industrialização, diferentemente dos outros dois, não ocorre pela ação das indústrias nacionais e sim pela iniciativa privada estrangeira, caracteriza-se, principalmente, pela instalação de empresas estrangeiras, as multinacionais. Por esse motivo, não há avanços em uma produção tecnológica, cujo conhecimento e desenvolvimento se faz pelo capital estrangeiro oriundo dos países desenvolvidos. A maior parte das fábricas é do tipo de bens de consumo, isto é, produzem mercadorias diretamente do consumidor. A tecnologia utilizada, quase sempre, é de origem estrangeira.
A industrialização tardia Por isso, alguns críticos afirmam que esses países não SE industrializaram, mas FORAM industrializados, ou seja, o processo de crescimento industrial desses países foi passivo e coordenado pelo capital estrangeiro a seu bel-prazer.
Os efeitos desse processo foi uma urbanização extremamente acelerada e um êxodo rural descontrolado em função do processo de mecanização do campo, que substituiu, em grande parte, os trabalhadores rurais por máquinas. A consequência é o inchamento das cidades e a manifestação de inúmeras contradições sociais, como as favelas e outras moradias precárias, além de inúmeros problemas de caráter socioambientais urbanos.
Textos e fotos retirados dos sites:
PENA, Rodolfo F. Alves. "Tipos de industrialização"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/tipos-industrializacao.htm>. Acesso em 31 de marco de 2019.